Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 10 milhões de brasileiros apresentam alguma deficiência auditiva. Isso significa que aproximadamente 5% da população não consegue escutar bem ou não escuta absolutamente nada. Um dos tipos pouco conhecidos dessa deficiência é a perda auditiva neurossensorial. Você já ouviu falar dela?

Neste artigo, comentaremos as características da perda auditiva neurossensorial, uma das mais prevalentes causas de diminuição na acuidade auditiva. Falaremos sobre o conceito e quais são suas principais causas e sintomas; em seguida, abordaremos como é feito o diagnóstico e quais as opções de tratamento. Vamos lá?

O que é perda auditiva neurossensorial?

Para entender melhor sobre a perda auditiva, primeiro, é interessante aprender sobre os elementos envolvidos na audição. A orelha é o órgão responsável pela audição, sendo dividida em três partes: orelha externa, média e interna.

A orelha externa é formada pela parte visível da orelha, pelo canal auditivo e pelo tímpano, que são responsáveis por captar os sons e transformá-los em vibrações.

A orelha média é formada por pequenos ossos (martelo, bigorna e estribo) que captam as vibrações e amplificam-nas para enviar para a orelha interna.

A orelha interna é composta pela cóclea e pelas células ciliadas. O papel dessas últimas é a conversão das vibrações em impulsos elétricos que são enviados para o cérebro pelo nervo auditivo.

Para a audição funcionar bem, as orelhas externa, média e interna precisam estar em perfeitas condições.

A perda auditiva neurossensorial afeta as estruturas da orelha interna. Ela ocorre quando há lesões nas células ciliadas ou no próprio nervo auditivo, de forma que há menor transferência dos sons que chegam às orelhas externa e média. Esse tipo de perda pode acontecer em uma só orelha (perda unilateral) ou nas duas (perda bilateral).

Ela é classificada também de acordo com a estrutura que é afetada: perda sensorial, quando a orelha interna é afetada (cóclea ou células ciliadas), e perda neural, quando há comprometimento do nervo auditivo. A intensidade da perda varia de leve a profunda, de acordo com o grau de degradação das estruturas.

Quais são as causas da perda auditiva neurossensorial?

Existem diversas causas para a perda auditiva neurossensorial, já que são muitos os processos que podem prejudicar as estruturas internas da orelha. As principais causas incluem:

  • causas congênitas: infecções adquiridas pela gestante durante a gravidez que causam alterações auditivas no feto, como rubéola, sífilis e toxoplasmose;
  • causas adquiridas durante o período neonatal: traumas físicos na cabeça do recém-nascido e prematuridade;
  • infecções de ouvido recorrentes: a inflamação local prejudica a vascularização das estruturas da orelha interna;
  • diabetes e hipertensão: as doenças causam alterações na microvascularização das estruturas da orelha interna;
  • exposição prolongada a ruídos altos: a exposição a ruídos maiores que 85 decibéis causa destruição progressiva das estruturas envolvidas na audição;
  • otosclerose: doença de origem hereditária que causa um crescimento ósseo em volta da orelha média;
  • doenças auriculares autoimunes: doenças autoimunes nas quais o próprio corpo causa prejuízo às estruturas da orelha interna;
  • medicamentos ototóxicos: alguns medicamentos são tóxicos para a orelha interna quando utilizados em altas doses e/ou por longos períodos (aspirina, cisplatina, quinine, gentamicina, estreptomicina);
  • envelhecimento: perda progressiva da acuidade auditiva relacionada à idade, que varia de pessoa para pessoa, de acordo com a herança genética.

A maioria das causas está relacionada a fatores que podem ser evitados por meio do controle de condições já existentes e por métodos de prevenção.

Grupos de risco

Atentando às causas da perda neurossensorial, percebemos que existe uma diferenciação clara de risco em grupos específicos. Idosos, por exemplo, estão mais predispostos a apresentar a doença: não apenas pela degeneração própria da idade, mas também devido a outras doenças que são mais prevalentes na terceira idade.

Não apenas os idosos, no entanto, são portadores das doenças que podem causar a perda neurossensorial. Pessoas portadoras de diabetes ou hipertensão, por exemplo, também estão mais predispostas à doença. Trabalhadores expostos a ruídos extremos e pacientes em uso de medicamentos ototóxicos por longas durações também estão incluídos nos grupos de risco.

Para essas pessoas, é necessária atenção redobrada a qualquer perda auditiva: muitas vezes, ela é sutil e progressiva, não sendo notada até que a pessoa tenha problemas na comunicação. Identificá-la em graus iniciais pode auxiliar no tratamento e facilitar a reversão da perda auditiva. Preste atenção na sua audição.

Quais os sintomas?

Os sintomas da perda auditiva neurossensorial, quando ela é adquirida após o nascimento, em qualquer idade, normalmente vão se desenvolvendo de forma gradual. A dificuldade para escutar qualquer tipo de som é um dos primeiros sinais. A pessoa passa a ter maiores dificuldades para entender a fala do outro e pede que repita a mesma coisa diversas vezes.

Outros sinais que indicam a perda auditiva são:

  • dificuldade de identificar a direção do som (principalmente quando a perda é unilateral);
  • dificuldade de ouvir uma conversa em lugares com ruído (rua movimentada, festas, shows);
  • aumento do volume da televisão ou rádio para níveis mais altos do que o de costume;
  • sensação de zumbido no ouvido.

Como é feito o diagnóstico?

É importante que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível para que o tratamento possa ser começado e as consequências da perda sejam menores, tanto em crianças como em adultos e idosos.

Ao notar sinais e sintomas que podem estar relacionados à perda auditiva, a pessoa deve procurar um médico otorrinolaringologista para melhor investigação. Durante a consulta, o médico fará perguntas relacionadas aos sintomas da perda e aos fatores causais.

O médico faz um exame auditivo também para identificar se não há nada bloqueando a audição do paciente, como excesso de cera. Se esse não for o problema, são solicitados exames específicos, como a audiometria, que avalia a capacidade de ouvir e interpretar os sons. O exame deve ser realizado por fonoaudiólogo.

Se a audiometria não for suficiente para fechar o diagnóstico, outros exames complementares podem ser solicitados (emissões otoacústicas, BERA, imitanciometria).

Quais os tratamentos disponíveis?

Infelizmente, a perda auditiva neurossensorial é considerada irreversível na maior parte dos casos. Isso significa que o dano causado às estruturas da orelha interna não pode ser revertido. Mas isso não significa que não há tratamento: com as opções disponíveis no mercado atualmente, pode-se retomar a qualidade de vida e a capacidade funcional dos portadores de perda neurossensorial.

Inicialmente, deve-se tratar as doenças ou outras condições de saúde que estão prejudicando a audição para que o dano não seja maior. Pessoas expostas a ruídos no trabalho, por exemplo, devem tomar os cuidados devidos para minimizar esse contato. Pacientes em uso de medicamentos danosos à audição devem procurar outras opções terapêuticas em caso de perda auditiva.

Aparelhos auditivos

A principal causa da perda neurossensorial é a degeneração da idade em idosos, associada a doenças, como hipertensão e diabetes. Nesses casos, o dano causado às estruturas da orelha interna é irreversível e, geralmente, não responde a medicamentos. Para a maioria desses casos, a melhor opção  terapêutica é o uso de aparelhos auditivos.

Os aparelhos auditivos são equipamentos eletrônicos que amplificam as ondas sonoras para que elas sejam ouvidas pela pessoa com perda. É formado por microfone, amplificador e receptor, amplificando as funções deterioradas pela doença.

Os dispositivos auditivos reduzem muito os impactos da perda auditiva neurossensorial e aumentam a qualidade de vida de seus usuários. Na maioria dos casos, as atividades do cotidiano que antes eram realizadas pelo paciente podem ser facilmente retomadas.

Existem vários tipos de aparelhos auditivos, que devem ser adequados a cada situação. O médico responsável deve avaliar o cotidiano dos pacientes para verificar qual deles é mais indicado para o caso específico.

Entender melhor sobre a perda auditiva é uma forma de estar atento ao problema e identificá-lo mais precocemente, em si próprio ou em familiares ou amigos. Além disso, ajuda também no entendimento do problema e na contribuição com as pessoas que o apresentam.

Se você ou alguém próximo a você receber o diagnóstico de perda auditiva neurossensorial e precisar de aparelhos auditivos, conte com o Instituto Auditivo para aparelhos da melhor qualidade e preços acessíveis. Entre em contato conosco agora mesmo!